segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Resolução 1

Conselho de Direito Humanos

Somália

Reconhecendo a péssima condição de vida e as constantes violações de direitos humanos na Somália,

Reafirmando a declaração universal dos direitos humanos e a vontade de todos os países em garantir todos os direitos presentes na declaração anteriormente referida a toda a população,

Procurando que as questões referentes a esse país sejam resolvidas de maneira que a população possa ter uma melhor qualidade de vida,

Conclamando ajuda humanitária a essa população,

Reiterando a Convenção dos Direitos da Criança,

Reiterando também a Convenção dos Direitos das Mulheres,

O Conselho de Direitos Humanos,


1- Clama a ajuda e o apoio da ONU para o fortalecimento e uma melhor instituição do governo para que, assim, não haja necessidade de tamanha intervenção internacional e possibilite o desenvolvimento, uma vez que o país deixará de ser repartido politicamente. Esse fortalecimento deve-se dar através do treinamento de pessoas nas áreas de educação, saúde e segurança. Dessa maneira, o governo poderá se estabelecer e se fortalecer. Esse treinamento deve ser feito por profissionais vindos de outros países e que sejam mestres no assunto;

2- Pede aos países desenvolvidos com capacidade e vontade para tal que invistam na formação da infra-estrutura, incluindo, assim, educação, saúde e segurança, além de aumentar a ordem urbana e o saneamento básico. Essa será a base que garantirá o desenvolvimento do país e que um episódio como o presente não se repita;

3- Recomenda que as tropas militares internacionais que ocupem o país para a sua segurança e a melhor implementação do governo só o ocupem no tempo imprescindível, sendo retiradas aos poucos à medida que o governo se estabeleça e se fortaleça;

4- Encoraja que se garanta, por meio de criação de projetos e instituições, a proteção das crianças em tempos de guerra;

5- Incentiva que seja, dentro do possível, garantida à criança suas necessidades básicas como saúde, alimentação e moradia;

6- Pede que além da assistência física prestada as crianças, sejam também garantidas as necessidades psicológicas das crianças, por meio da disponibilização de profissionais da área;

7- Ressalta que todos os tópicos acima referentes à criança deverão ser papel do governo e, caso seja possível, de empresas e ONGs que se disponibilizarem a ajudar;

8- Incentiva a garantia ao direito da mulher utilizando-se de:

a) A criação de instituições que garantam a proteção das mulheres em tempo de guerra,

b) Meios criados pelo governo que garantam os direitos fundamentais das mulheres, como o acesso à saúde,

c) O direito ao voto, este não sendo obrigatório,

d) Um sistema educacional que proporcione a mulher uma educação de qualidade;

9- Pede que as empresas privadas que forem ajudar na reconstrução da Somália sigam alguns princípios:

a) Ajuda nas áreas em que atuam, na capacitação de profissionais e infra-estruturas locais, em parceria com o governo, implantando também outros tipo de projetos sociais,

b) Não afrontar, em momento algum, direitos humanos e o direito ao desenvolvimento. Recomendamos o seguimento dos 10(dez) princípios do United Nations Global Compact;

10- Incentiva ao governo somali que crie legislações que assegure o livre-mercado e a competitividade;

11- Urge ao governo dar incentivos às empresas que desenvolvem projetos sociais no país;

12- Recomenda a implementação de PPP’s, destacando as parcerias público-privadas em detrimento das parcerias público-públicas e privada-privadas (sem excluí-las), como o mais eficaz meio de se construir a infra-estrutura necessária para o país receber empresas estrangeiras e fornecer serviços básicos à sua população;

13 - Considera indispensável a proteção dos comboios de ajuda humanitária pelos capacetes azuis e/ou outras forças que o Conselho de Segurança julgar necessárias.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Tanques de Israel entram em Gaza e ameaçam trégua

CIDADE DE GAZA - Tanques israelenses entraram hoje no sul da Faixa de Gaza e os militantes palestinos reagiram com foguetes e morteiros. Os tanques, auxiliados por uma escavadeira e jipes militares, entraram meio quilômetro no território, segundo moradores e funcionários locais do setor de segurança. O aumento da instabilidade ameaça ainda mais um frágil cessar-fogo entre o governo de Israel e o grupo islâmico Hamas, que controla Gaza.



Os tanques, porém, não responderam ao fogo lançado pelos militantes palestinos. O Exército de Israel descreveu a operação como de "rotina", para encontrar explosivos perto da fronteira sul da Faixa de Gaza.



Foi a primeira ação terrestre dos israelenses em uma semana. Israel e o Hamas têm trocado tiros há duas semanas, após quase cinco meses de relativa paz. O cessar-fogo estabelecido em 19 de junho vale até o fim do próximo mês, enquanto os dois lados procuram obter vantagens nas negociações de um acordo de paz, ainda distante.



Pelo menos 17 militantes foram mortos nas últimas semanas desde que o cessar-fogo começou a perder força. Segundo um levantamento dos militares de Israel, pelo menos 140 foguetes e morteiros foram lançados no período. Em um esforço para pressionar os militantes, Israel ampliou as restrições nas passagens fronteiriças, o que levou a problemas com distribuição de ajuda para os mais pobres, por exemplo.



Nas últimas semanas, ativistas estrangeiros têm usado barcos para furar o bloqueio, tentando levar ajuda para os 1,4 milhão de habitantes de Gaza, muitos deles em péssimas condições de vida.

Chefe militar da República Democrática do Congo cai após derrotas

Tropas federais tiveram três meses de perdas para rebeldes tutsis no leste.
Situação humanitária deteriora-se no país africano, dizem Nações Unidas.

O presidente da República Democrática do Congo, Joseph Kabila, substituiu o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, após quase três meses de derrotas das tropas governamentais frente aos rebeldes tutsis no leste do país, informou nesta terça-feira (18) a TV oficial.

Didier Etumba foi nomeado tenente-general e substitui Dieudonne Kayembe na chefia das Forças Armadas, no momento em que a guerrilha do Congresso Nacional para a defesa do Povo (CNDP), liderada por Laurent Nkunda, ocupou grande parte do território da província de Kivu Norte.

Após quase dois meses de combates, o CNDP realizou uma ofensiva no final de outubro na qual ocupou a área de Rutshuru e chegou a 14 quilômetros de Goma, capital de Kivu Norte, onde, no dia 29 do último mês, Nkunda declarou um cessar-fogo, que vem sendo violado desde então.

Os rebeldes tutsis congoleses ocuparam ontem, em Kivu Norte, a cidade de Rwindi, informou a missão da ONU na RDC (Monuc), além de terem encurralado as tropas governamentais às margens do lago Edouard, obrigando-as a fugir, acrescentou o porta-voz do CNDP, Bertrand Bisimwa.

Nkunda insistiu em manter conversas diretas com o governo de Kinshasa, algo a que Kabila se nega apesar dos requerimentos da ONU - cujo representante especial, o ex-presidente nigeriano Olusegun Obasanjo, teve um encontro com o chefe guerrilheiro no último domingo.

Após lutar como chefe das Forças Armadas com o ex-presidente congolês Laurent Kabila, pai do atual líder, Nkunda foi afastado do comando militar pelo governo de Kinshasa e iniciou a luta guerrilheira em defesa da etnia tutsi no país, segundo ele.

No domingo passado, Nkunda assegurou a Obasanjo que os rebeldes manteriam o cessar-fogo que declararam há três semanas e que permitiriam a abertura de corredores humanitários para atender aos mais 250 mil deslocados pela violência em Kivu Norte desde agosto passado.

Só em Kivu Norte, já havia cerca de um milhão de deslocados antes do reatamento dos combates, há três meses, e, em todo o país, aproximadamente 5,5 milhões de pessoas morreram em conseqüência da violência desde 1998, o que representa mais ou menos 1,5 mil mortes ao dia.

As agências humanitárias das Nações Unidas denunciaram a deterioração da situação no país.

"O que vemos é uma deterioração da situação, não uma melhora", disse em coletiva de imprensa a porta-voz do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (Ocha), Elisabeth Byrs.

A porta-voz afirmou que os casos de diarréia entre os deslocados estão se estendendo porque as condições de higiene são cada vez mais precárias.

Já a porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Veronique Taveau, pediu acesso a regiões às quais ainda não podem entrar para poder continuar a vacinação contra o sarampo, realizada pela entidade.

"É necessário que o acesso às áreas em que não podemos entrar seja concedido", exigiu Taveau.

Até o momento, o Unicef contabilizou 127 casos de cólera e começa a detectar um aumento dos sinais de desnutrição entre as crianças.

Taveau também ressaltou que 150 mil crianças não estão na escola - motivo pelo qual o Unicef começou a distribuição de "pacotes escolares".

Já o Programa Mundial de Alimentos (PAM) explicou que está distribuindo comida a cerca de 100 mil pessoas, com a escolta dos capacetes azuis da ONU, mas que sua principal preocupação é o péssimo estado das estradas, o que dificulta a distribuição.

Guiné-Bissau: CPLP considera que legislativas foram livres

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) considerou hoje «justas, livres e ordeiras» as eleições legislativas de domingo na Guiné-Bissau, embora tenha lamentado «casos pontuais de atrasos» logísticos no decorrer do processo.

Em conferência de imprensa no Centro Cultural Português (CCP), em Bissau, o chefe de missão da observação eleitoral da CPLP, o angolano Norberto dos Santos «Kwata Kanawa» afirmou que a sua equipa «constatou que as eleições (...) decorreram de forma ordeira e permitiram a livre expressão do sufrágio universal pela população guineense, havendo, no entanto, a lamentar casos pontuais de atrasos na logística eleitoral».

Para a CPLP, os «atrasos pontuais» detectados no terreno no dia da votação foram «dirimidos de forma célere» pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), cujo «empenho e dedicação» foram realçados por Norberto dos Santos.

Ladeado dos embaixadores de Angola (António Brito Sozinho), do Brasil (Jorge Kadri) e de Portugal (José Manuel Paes Moreira), o chefe da missão lusófona frisou ainda que a CPLP saúda o povo guineense pela forma «cívica» e pela «maturidade politica» demonstrada em todo o processo eleitoral.

Para a CPLP, este facto «reflecte um progresso tangível na consolidação do sistema democrático» na Guiné-Bissau.

Os observadores lusófonos desenvolveram a sua acção nas regiões de Bissau, Bafatá, Gabu, Oio, Cacheu, Biombo e Quinará.

Questionado pelos jornalistas sobre as declarações do candidato do Partido da Renovação Social (PRS) e ex-Presidente Kumba Ialá, que diz não aceitar «qualquer resultado forjado ou manipulado», Norberto dos Santos recusou-se a responder a questões de «política interna da Guiné-Bissau», reafirmando que as eleições «foram livres e transparentes».

O chefe da missão de observação da comunidade lusófona pediu aos líderes políticos guineenses que «respeitem a vontade popular» e que o partido vencedor forme um «bom Governo», que dê inicio «à tarefa de reconstrução» da Guiné-Bissau.

Diário Digital / Lusa

Petroleiro sequestrado está ancorado na costa somali

Por Abdiqani Hassan

BOSASSO, Somália (Reuters) - O navio-tanque saudita sequestrado com um carregamento de petróleo no valor de 100 milhões de dólares, no maior caso de pirataria marítima já registrado, estava ancorado na costa da Somália nesta terça-feira, informou a Marinha norte-americana.

"Confirmamos que o navio está ancorado em Haradheere, na costa somali", disse o tenente Nathan Crristensen, porta-voz da 5a Frota dos EUA. Haradheere fica na região central da costa da Somália.

"Acredita-se que todos os 25 tripulantes a bordo estejam em segurança", disse em comunicado a Vela Internacional, braço de navegação da Saudi Aramco, gigante naval estatal saudita. "Agora, a Vela espera obter mais contato com os piratas que controlam o navio."

Segundo a Vela, há dois britânicos, dois poloneses, um croata, um saudita e 19 filipinos no navio.

A Vela opera a Sirius Star, que é de propriedade da Aramco. O navio, que tem capacidade para transportar 2 milhões de barris de petróleo, foi sequestrado por piratas somalis no fim de semana.

A pirataria tem elevado o custo dos seguros, além de obrigar algumas embarcações a contornarem toda a África em vez de usarem o canal de Suez, elevando os gastos com frete. Os piratas já obtiveram milhões de dólares em resgates nos últimos anos, e agora realizaram um dos ataques mais ousados e espetaculares da história marítima.

O navio Sirius Star, que ia da Arábia Saudita para os EUA pelo sul da África, foi capturado cerca de 450 milhas náuticas a sudeste do porto queniano de Mombaça, muito distante do Golfo de Áden, cenário mais habitual desses ataques.

A captura também aconteceu apesar de uma resposta naval na região, incluindo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e da União Européia, para proteger uma das mais importantes rotas marítimas do mundo. Navios de guerra dos Estados Unidos, da França e da Rússia também estão na área.

A Vela não especificou onde o Sirius Star está ancorado. Andrew Mwangyra, coordenador da Associação de Marinheiros do Leste da África, havia dito que o navio poderia estar na costa de Eyl, vilarejo que é fortaleza dos piratas, na província semi-autônoma de Puntland.

"O mundo nunca viu algo assim... Os piratas somalis tiraram a sorte grande", disse Mwangura, cujo grupo monitora a pirataria há anos.

Uma pessoa ligada à pirataria em Eyl, que diz que seu nome é "Bashir", foi contactada pela Reuters por telefone. Ele disse que o navio estava a caminho da costa, mas não pôde especificar onde. Segundo ele, o navio pode parar ao sul de Eyl. (Reportagem adicional de Andrew Cawthorne em Nairóbi)

Charlize Theron adota combate da ONU à violência contra a mulher

Por Claudia Parsons

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - A mais recente mensageira da paz das Nações Unidas, a atriz Charlize Theron, ficou famosa em filmes intransigentes sobre mulheres vítimas de abuso, mas diz que o público não quer ver esse tipo de filme.

Theron foi nomeada na segunda-feira mensageira da paz voltada especialmente ao combate à violência contra as mulheres. Seu trabalho consistirá em promover atividades e ideais da ONU, por meio de contatos com a mídia e participações públicas.

Theron, 33 anos, recebeu um Oscar por seu trabalho em "Monster - Desejo Assassino", de 2003, em que representou a serial killer Aileen Wuornos, que tinha sido vítima de violência e abusos.

Em "Terra Fria," de 2005, ela representou uma mulher que luta contra o assédio sexual do qual é vítima.

A atriz sul-africana disse em coletiva de imprensa que saudou o convite feito pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para que Hollywood faça mais filmes sobre problemas sociais.

Mas acrescentou: "Sempre acho interessante que se pressione Hollywood, quando na realidade deveríamos pressionar a sociedade, já que sempre que fazemos filmes como 'Terra Fria' as pessoas não vão vê-los."

Charlize Theron foi indicada ao Oscar por seu papel em "Terra Fria", mas o filme não foi sucesso de bilheteria.

"Não quero necessariamente esquecer que meu trabalho, como atriz, é entreter", disse ela.

"Mas é tremendamente gratificante quando você pode entreter com senso de responsabilidade, com senso de verdade, de uma verdade maior, algo que não é necessariamente sempre agradável de se olhar."

De acordo com estatísticas da ONU, uma em cada três mulheres corre o risco de ser espancada ou sofrer abusos durante a vida e uma em cada cinco mulheres em todo o mundo é vítima de estupro ou tentativa de estupro.

Theron já fez campanha contra o estupro em seu país, a África do Sul.

Ela teve sua experiência própria de violência doméstica aos 15 anos de idade, quando sua mãe disparou um tiro fatal contra seu pai no momento em que este, bêbado e enfurecido, ameaçava a família.

"As pessoas sempre querem ligar uma questão pessoal com o esquema maior de sua vida", disse ela. "Mas acho que não foi necessariamente um fato de minha vida que me levou a querer fazer este tipo de trabalho."

A ONU tem dez mensageiros da paz, figuras vindas principalmente dos campos do cinema, da música, da literatura e dos esportes. Eles incluem os atores George Clooney e Michael Douglas, o escritor Paulo Coelho, o violoncelista Yo-Yo Ma e o Nobel de Literatura Elie Wiesel.

ONU retoma distribuição de ajuda humanitária em Gaza

GAZA, 18 Nov 2008 (AFP) - A ONU retomou nesta terça-feira a distribuição de ajuda humanitária à população da Faixa de Gaza, depois que Israel autorizou a organização a transportar mantimentos apesar do bloqueio imposto ao território palestino.

"A distribuição acontece em pequenas quantidades, que transportamos na segunda-feira. As provisões vão durar alguns dias, não semanas", disse à AFP o porta-voz de Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), Chris Gunnes.

Israel autorizou na segunda-feira a entrada em Gaza de 33 caminhões com alimentos, medicamentos e equipamentos médicos em Gaza, que está fechada há duas semanas por causa da violência.

De acordo com Gunnes, leite em pó, que custam milhares de dólares, foram desperdiçados durante a inspeção da mercadoria efetuada pelas autoridades israelenses.

"Abriram os pacotes. O leite se espalhou por todas os lados", disse Gunnes.

"Os bebês não devem ser punidos e privados de leite. Não conheço bebês que disparam foguetes e não sabia que leite para bebês podia ser usada como pólvora para foguetes", acrescentou.

Em períodos de normalidade, a UNRWA distribui ajuda alimentar a 750.000 pessoas em Gaza, ou seja, metade da população do território.

Israel impõe um bloqueio à Faixa de Gaza desde que os radicais do Hamas tomaram o poder pela força em junho de 2007, expulsando da administração o partido Fatah do presidente Mahmud Abbas.

A Faixa de Gaza está completamente fechada desde 5 de novembro, data em que teve início uma onda de violência que compromete a trégua em vigor há cinco meses.

Conselho de Segurança da ONU estuda aumentar tropas na RDC

O Conselho de Segurança da ONU estuda um projeto de resolução que quer aumentar de forma temporária em mais de três mil o número de militares da organização atualmente desdobrados na Missão de Paz das Nações Unidas na República Democrática do Congo (Monuc), informaram hoje fontes diplomáticas.

O projeto de resolução, apresentado hoje pela França e apoiado pelo Reino Unido, contempla o aumento de militares e policiais em 2.785 e mais de 300 unidades, respectivamente, que se somariam aos atuais 17 mil soldados internacionais que fazem parte da Monuc.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu em várias ocasiões ao principal órgão de decisão da instituição uma postura nesse sentido, sobretudo para aumentar a presença na zona leste do país, onde se intensificaram os choques entre as forças governamentais e o grupo rebelde liderado pelo general Laurent Nkunda.

O projeto de resolução, ao qual a Agência Efe teve acesso, condena também "o ressurgimento da violência na região leste da República Democrática do Congo e pede às partes o imediato cessar-fogo".

Além disso, expressa "extremada preocupação" com a deterioração experimentada pela situação humanitária e, "em particular, pelos ataques contra a população civil, a violência sexual, o recrutamento de crianças-soldado e as execuções sumárias" que estão ocorrendo.

Fontes diplomáticas disseram que ainda não foi determinado em que momento o Conselho de Segurança analisará essa proposta, mas poderia ser nesta mesma semana.

A minuta da resolução autorizaria o desdobramento de pessoal adicional até 31 de dezembro de 2008 e se compromete a revisar de novo a situação antes dessa data.

EFE

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Países africanos pedem que líderes do G-20 não se esqueçam do continente

ESTRASBURGO, França (AFP) — Dirigentes africanos reunidos na França fizeram um apelo neste sábado aos líderes do G-20, que realizaram sua primeira reunião de cúpula em Washington para debater uma reforma do sistema financeiro, que não se esqueçam do continente, igualmente afetado pela crise.

"A África e as outras regiões em desenvolvimento do mundo deveriam estar envolvidas mais diretamente nas negociações em curso sobre a reforma da arquitetura financeira internacional", reclamou o presidente de Burkina Faso, Blaise Compaoré, na abertura das Jornadas Européias de Desenvolvimento, realizadas em Estrasburgo (nordeste da França).

"Se o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial devem ter um papel mais importante na governabilidade financeira internacional, é justo que os países em desenvolvimento estejam mais envolvidos na aplicação das reformas que se anunciam", acrescentou Compaoré, que preside a Comunidade Econômica dos Estados do Oeste da África.

O presidente de Mali, Amadou Tounami Touré, disse por sua vez que "a crise mundial confirma a necessidade de se construir uma nova arquitetura financeira, envolvendo não apenas os países emergentes, mas também a África".
Como presidente da UE, a França fez "todo o possível", para que a representação africana no G20 não recaísse apenas sobre a África do Sul, alegou o ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner.

Alguns presidentes africanos também expressaram seus temores de que a crise financeira leve a comunidade internacional a se esquecer de outros problemas, como a crise dos alimentos, que já provocou conflitos em alguns países, ou que diminuam as ajudas destinadas pelos países ricos aos mais pobres.

Já o presidente de Madagascar, Marc Ravalomanana, relativizou a ausência da África no G20 e advertiu que, para serem "acreditados" e tratados como "aliados responsáveis", os países africanos "devem tomar o próprio futuro nas mãos" e "mostrar ao mundo que nós, os líderes africanos, somos sérios, comprometidos e determinados", melhorando a governabilidade dos países do continente.

OCDE espera que Brasil não caia na recessão

GENEBRA - O secretário-geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Angel Gurria, disse hoje "esperar" que o Brasil não caia em recessão, a exemplo da maioria dos países industrializados.

"O Brasil cresceu 5% ano passado, mas agora seus principais parceiros já estão em recessão e isso tem efeitos", afirmou Gurria. Mesmo a China, com crescimento acima de 7%, deverá importar menos commodities.

O diretor dessa espécie de clube dos países ricos tampouco quis sugerir ao Brasil o receituário que saiu do G-20, para os países enfrentarem a crise aumentando os gastos públicos e cortando impostos e juros.

"Tudo depende do espaço que tem cada país e do ´balance´ certo para fazer isso", afirmou Gurria. Na semana passada, a OCDE reconheceu que a maioria de seus 30 países membros estão em recessão.

(Assis Moreira | Valor Econômico para o Valor Online)

Rebeldes tutsis quebram cessar-fogo e ocupam cidade na RDC

Kinshasa, 17 nov (EFE).- Os rebeldes tutsis ocuparam hoje a cidade de Rwindi, na província de Kivu Norte, no leste da República Democrática do Congo (RDC), apesar da promessa feita neste domingo pelo general Laurent Nkunda de que a guerrilha cumpriria o cessar-fogo, informou hoje à Agência Efe um porta-voz da ONU.

"A cidade de Rwindi caiu nas mãos das tropas do Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP)", disse o porta-voz militar da Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (Monuc), Jean-Paul Dietrich.

"Advertimos às tropas de Laurent Nkunda que se avançarem mais, teremos que intervir" para separar os guerrilheiros das tropas do Governo, disse Dietrich, que comentou que a desordem reina na região, onde uma patrulha de capacetes ficou encurralada em um fogo cruzado entre rebeldes e soldados.

Segundo o porta-voz da Monuc, também houve combates em Mashaka, a 15 quilômetros ao sul de Kanyabayonga, onde foi usada artilharia pesada e o "CNDP acusou o Exército de avançar em suas posições".

Ainda de acordo com Dietrich, a Monuc tirou pelo menos 19 soldados das Forças Armadas da RDC feridos gravemente.

Além disso, um capacete azul indiano ficou ferido após a explosão de um obus após os enfrentamentos de ontem em Kivu Norte, durante os combates entre rebeldes e soldados do Exército congolês perto de uma base da Monuc.

Por sua parte, o porta-voz do CNDP, Bertrand Bisimwa, disse por telefone que as "Forças Armadas da RDC retrocederam até Vitshumbi", localidade situada às margens do Lago Edouard, a 20 quilômetros de Rwindi e a 120 quilômetros de Goma (capital de Kivu Norte), por isso não têm mais o que fazer a não ser fugir pelo lago ou pela selva".

Os enfrentamentos de hoje podem ter causado mais deslocamento de civis, que se uniriam aos mais de 250 mil desalojados por causa da violência desde agosto em Kivu Norte, o que agravaria a situação humanitária na RDC, uma vez que já havia quase 1 milhão de deslocados na região.

A ONU e as ONGs também conseguiram ontem de Nkunda o compromisso de criar corredores humanitários para fornecer aos deslocados comida, remédios e proteção, dos quais carecem há mais de duas semanas, mas os recentes enfrentamentos poderiam impedir sua abertura.

Os confrontos de hoje, que começaram de manhã com a tomada da cidade de Ndeko, contrastam com as declarações de ontem de Nkunda e o otimismo manifestado pelo enviado especial a ONU à RDC, o ex-presidente nigeriano Olusegun Obasanjo, após o encontro que os dois tiveram na cidade de Jomba, em Kivu Norte.

Em qualquer caso, Nkunda minimizou a importância dos confrontos dos últimos dias e disse que "não são combates verdadeiros, mas incidentes entre os dois lados".

Em declarações à imprensa, Nkunda expressou sua firme vontade de negociar com o Governo de Kinshasa, enquanto Obasanjo anunciou que tinha chegado a um acordo com o líder rebelde sobre a criação de um comitê tripartite.

Obasanjo, que atua como representante especial do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse ontem que Nkunda tinha aceitado criar um comitê tripartite de vigilância do cessar-fogo, com participação de um representante do Governo, um dos rebeldes e um neutro.

"O cessar-fogo é como dançar tango: não se pode fazer sozinho", declarou Obasanjo ontem.

Na sexta-feira, os ministros de Assuntos Exteriores da RDC e de Ruanda se reuniram em Kigali e decidiram potencializar suas relações diplomáticas e colaborar para o desarmamento das guerrilhas dos dois países, no encontro de mais alto nível entre os dois países nos últimos dez anos.

A colaboração entre os Governos de Kinshasa e Kigali é considerada essencial para acabar com o conflito do leste da RDC.

Segundo projeções, 5,5 milhões de pessoas morreram por causa da violência no antigo Zaire desde 1998, média de 1,5 mil por dia. EFE

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

ONU pede reforço de mais 3 mil soldados no Congo

Jornal do Brasil


NOVA YORK - O subsecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para Operações de Paz, o francês Alain Le Roy, pediu o envio de mais 3 mil soldados à República Democrática do Congo visando defender os civis no leste do país onde combates já desalojaram cerca de 250 mil pessoas. As operações de paz na região já envolvem a maior força

da ONU no mundo cobrindo uma área do tamanho da Europa Ocidental,

Na quarta, o governo angolano afirmou que pretende enviar tropas ao país em conflito, depois que recebeu informações de que soldados congoleses estariam violentando mulheres, pilhando aldeias e saqueando casas nas regiões devastadas pela guerra.

Segundo Georges Chicoty, vice-ministro do Exterior da Angola, suas forças seriam supervisionadas pela União Européia e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

A força da ONU tem mandato para trabalhar com o Exército regular que representa o governo eleito na capital, Kinshasa. As forças da SADC também deverão juntar-se ao governo.

– A SADC já tem um mecanismo de alerta que pode ser chamado – garantiu Chikiti.

A última vez que tropas angolanas lutaram no Congo foi entre 1998 e 2003, durante um conflito que deixou entre 3 e 4 milhões de mortos e também ocasionou a participação de forças da Ruanda, Uganda, Namíbia e Zimbábue.

Oficiais da ONU acreditam que a perspectiva de um cessar-fogo entre o governo e os rebeldes esteja cada vez mais remota diante da violência dos últimos dias.

Origem

Os primeiros confrontos eclodiram no leste do Congo no final de agosto entre as forças governamentais e os rebeldes liderados pelo general Laurent Nkunda. Os combates decorreram de tensões remanescentes desde o massacre étnico de tsutsis pela maioria hutus em 1994, na Ruanda. Nkunda garante que seus soldados lutam para defender os tutsis congoleses contra militantes Hutus que fugiram para o Congo. Os confrontos exacerbaram condições humanitárias, já consideradas difíceis e precárias.

A mais recente onda de violência começou com um avanço de rebeldes do sul em direção a Goma, agora cercada por acampamentos de refugiados.

O porta-voz da ONU no Congo, Jean Paul Dietrich, disse que as Forças Armadas do país são fracas, o que dá força ao ex-general rebelde Laurent Nkunda.

– Os soldados são mal pagos e não recebem comida suficiente – disse, alegando que 'por isso há dificuldades em convencê-los a combater'.

O militar disse, ainda, que os soldados estão estacionados com suas respectivas famílias, portanto, quando há rumores de ataques, procuram primeiro salvar suas famílias, levando-as para regiões mais seguras.

Na terça-feira à noite, houve tiros entre as Forças congolesas e homens de Nkunda, num confronto que durou cerca de 40 minutos.

Bush promove liberdade religiosa em evento da ONU

Por Patrick Worsnip

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, defendeu na quinta-feira a liberdade de religião como fundamento de uma sociedade saudável e afirmou que seu país tem tradição em defender muçulmanos envolvidos em conflitos estrangeiros.

Falando a um evento interreligioso, provavelmente em sua última visita à ONU como presidente, Bush - cristão metodista praticante - disse que a liberdade religiosa é um elemento central da política externa dos EUA.

A reunião, com a presença de líderes e diplomatas de cerca de 70 países, foi iniciada na quarta-feira com um discurso do rei saudita, Abdullah, que denunciou o terrorismo como inimigo de todas as religiões.

Bush implicitamente criticou os países que restringem práticas religiosas - como a Arábia Saudita, que proíbe qualquer tipo de manifestação religiosa que não seja islâmica.

"A liberdade é um presente de Deus a cada homem, mulher e criança - e essa liberdade inclui o direito de todos os povos a cultuarem como quiserem", disse Bush, lembrando que a ONU foi fundada por pessoas que haviam sido perseguidas por sua religião.

"Nossa nação tem ajudado a defender a liberdade religiosa dos outros, desde libertar os campos de concentração da Europa (na Segunda Guerra Mundial) até proteger muçulmanos em lugares como Kosovo, Afeganistão e Iraque", disse Bush.

"Não temos medo de ficar ao lado de dissidentes religiosos e crentes que praticam sua fé mesmo onde isso não é bem-vindo", disse ele.

O ministro alemão Hermann Groehe defendeu o direito de se converter para outra fé- algo que alguns países islâmicos rejeitam.

"É inaceitável que até agora as leis de alguns países ameacem com a pena de morte aqueles que querem converter", disse Groehe, sem citar nenhum país.

O presidente do Paquistão, um país muçulmano, disse não haver "nada mais antiislâmico" do que a discriminação, a violência contra a mulher e o terrorismo. Na opinião de Asif Ali Zardari, um político laico, "o medo imaginário do Islã" está crescendo e isso é exatamente o que os terroristas esperavam provocar".

"Quem aceita isso no Ocidente está caindo na armadilha dos terroristas", insistiu Zardari, cuja esposa, a ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, foi assassinada há menos de um ano.

Ele defendeu um consenso internacional contra o discurso do ódio, a discriminação e a difamação religiosa, e pela promoção de um diálogo religioso.

Vaticano denuncia violação dos direitos humanos em prisões do mundo

CIDADE DO VATICANO (AFP) — A Declaração Universal dos Direitos Humanos, da qual a ONU celebrará o 60º aniversário em 10 de dezembro, é violada nas prisões do mundo, declarou nesta quinta-feira, no Vaticano, o presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, cardeal Renato Martino.

Essa declaração "nunca foi aplicada em muitas situações em todo o mundo e, especialmente, nas prisões", declarou o prelado, em uma coletiva de imprensa para apresentar as iniciativas da Santa Sé para a data.

O cardeal Martino ressaltou o apego do Vaticano a esse texto, fruto de um "consenso difícil" e que o Papa João Paulo II definiu como "uma etapa fundamental no caminho do progresso moral da humanidade".

"A Igreja nunca deixou de manifestar sua preocupação cada vez que o tema dos direitos humanos se viu alterado por interpretações apenas legais, quando a prática concreta não respeitou seu caráter universal, inviolável e inalienável", acrescentou.

O Vaticano celebrará a data, em 10 de dezembro, com um sessão comemorativa na
presença do diretor-geral da Organização da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO), Jacques Diouf, e do diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavia, seguida de um concerto.

Chefe da ONU pede que G20 não se esqueça dos pobres

Por Patrick Worsnip

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Ban Ki-moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), conclamou os dirigentes que participarão neste fim de semana de uma cúpula financeira em Washington a não deixarem que a crise global se transforme em uma "tragédia humana" para os moradores dos países pobres.

Em carta enviada aos líderes do G20 - formado pelos integrantes do Grupo dos Sete (G7), de potências industriais, e por outras grandes economias do mundo -, Ban chamou atenção para o fato de que, se centenas de milhões de pessoas ficarem sem emprego, haveria repercussões nas esferas política e de segurança.

"Os mais pobres e mais vulneráveis de todas as partes, mas particularmente os dos países em desenvolvimento, serão os mais afetados" pela desaceleração da economia mundial que se prevê atualmente, afirmou o secretário-geral em carta divulgada pela ONU na quinta-feira.

"Precisamos, antes de tudo, unir forças para adotar medidas imediatas a fim de evitar que a crise financeira se transforme em uma tragédia humana."

Ban, que participará do encontro em Washington, disse que tentaria falar em nome de mais de 170 países que não terão representação no evento.

"Se centenas de milhões de pessoas perderem seu sustento e suas esperanças no futuro virarem pó por uma crise pela qual não têm responsabilidade nenhuma, a crise humana não será apenas econômica", disse o chefe da ONU.

"Ela ganhará novas e complicadas dimensões políticas e de segurança, as quais poderiam sobrepujar as que já enfrentamos."

Ban defendeu que o encontro "dê sinais de solidariedade em relação aos mais necessitados" e pediu que os países ricos cumpram as promessas de ajuda feitas antes da crise global de crédito, detonada por problemas no setor de hipotecas dos EUA.

Reformas institucionais não podem se restringir ao setor de regulamentação financeira e precisam também tratar de desafios mais amplos tais como as mudanças climáticas, a prevenção de conflitos e a erradicação da pobreza.

Investir em novas tecnologias e em "empregos verdes" para combater o aquecimento da terra significaria formas de combate de curto prazo à crise e poderia criar as fundações para um crescimento de longo prazo, afirmou Ban, que fez do meio ambiente um dos pontos centrais de seu mandato.

O secretário-geral também pediu que os países resistam à tentação do protecionismo e que resolvam com celeridade as questões responsáveis por impedir a conclusão da Rodada de Doha, sobre o comércio mundial

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

ONU ressalta importância de tolerância entre religiões

Nações Unidas, 12 nov (EFE).- O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, iniciou hoje o diálogo da Assembléia Geral da entidade que promove a tolerância religiosa como um dos instrumentos para alcançar a paz.

Ban disse em seu discurso que um dos maiores desafios do mundo contemporâneo é transformar a diversidade cultural do planeta em um fator que conduza à segurança.

"Tradicionalmente, a paz depende do equilíbrio da concorrência, mas aprendemos que a paz duradoura requer algo mais que isso. E, para que ela dure, indivíduos, grupos e nações devem respeitar-se e entender-se", disse.

A Assembléia Geral da ONU celebra hoje e amanhã uma reunião sobre a "Cultura da Paz", iniciativa criada pela Arábia Saudita para aprofundar o diálogo entre crenças religiosas.

A ONU também espera a participação de chefes de Estado e de Governo do Grupo dos 20 (G20, que reúne países emergentes e desenvolvidos), que estarão na cúpula dos dias 14 e 15, em Washington.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Angola desmente presença de tropas em Goma

Kinshasa, RD Congo (PANA) - O embaixador de Angola na RD Congo, Mawete João Baptista, desmentiu segunda-feira alegações sobre a presença de soldados do seu país ao lado das Forças Armadas da RD Congo (FARDC) em Goma, na província do Kivu-Norte.

Falando à imprensa em Kinshasa, Mawete reconheceu, no entanto, que Angola forma há muito tempo militares e polícias congoleses.

"Neste momento, não há nenhum soldado, nenhum oficial angolano na região do Kivu. Tudo o que se diz são apenas especulações", sublinhou o diplamata angolano, que agradeceu "aos que fazem a propaganda para seu país".

"Sempre formámos homens congoleses, mulheres congolesas, segundo o espírito dos nossos acordos a nível das Forças Armadas e da Polícia. E se estas pessoas, em Angola, aprenderam uma língua, uma segunda ou terceira língua é positivo para o Congo", comentou.

Entretanto, a União Europeia, que se exprimiu preocupada com a degradação da situação militar na RD Congo, sobretudo no Kivu-Norte, e as suas consequências na população e região, descartou o envio de tropas no terreno.

Os ministros europeus dos Negócios Estrangeiros, reunidos segunda- feira em Bruxelas, condenaram igualmente os atentados aos direitos humanos que acompanham os confrontos, insistindo na urgência duma "solução política" que permita continuar os esforços diplomáticos para consolidar o cessar-fogo e diminuir as tensões.

"Os países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) deveriam usar da sua influência sobre o Governo congolês para poder encontrar uma solução negociada, em vez de recorrer à solução militar para resolver a crise no Kivu-Norte", declarou segunda-feira à rádio Okapi da ONU o porta-voz do movimento rebelde Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP), Bertrand Bisimwa.

O CNDP de Laurent Nkundabatware manifestou-se preocupado com a opção militar proposta pela SADC para a resolução da crise no leste da República Democrática do Congo.

"Esta entrada da SADC no solo congolês, sobretudo militar, preocupa- nos e interrogamos-nos qual será a reacção dos outros beligerantes que estavam opostos a eles na época", declarou Bertrand Bisimwa.

"Pensamos que os Congoleses não necessitam duma solução militar. Os países da SADC deveriam usar da sua influência sobre o Governo da RDC para poder privilegiar uma solução política e pacífica da crise", defendeu o porta-voz do CNDP.

AIEA diz que tem apoio de Obama para avançar em diálogo com Irã

Praga, 11 nov (EFE).- O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, afirmou hoje em Praga que conta com o apoio do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, para avançar na resolução da questão do programa nuclear do Irã.



"Temos o apoio de Barack Obama para envolver o Irã em um diálogo direto entre Irã e EUA", declarou o Prêmio Nobel da Paz de 2005.



Dessa forma, ElBaradei insistia na disposição manifestada por Obama de estabelecer um contato direto com o regime de Teerã, com quem os EUA não têm relações diplomáticas.



A AIEA reiterou a necessidade de o Irã colaborar ainda mais e defendeu a via negociadora para que se chegue a um acordo.



ElBaradei destacou que, na AIEA, existe uma "grande preocupação, compartilhada pelo Conselho de Segurança (da ONU) pelas futuras intenções" do programa nuclear iraniano, sob o olhar atento da AIEA há seis anos.



Nesses anos, os inspetores ainda não conseguiram confirmar definitivamente a natureza, militar ou civil, dos esforços nucleares do regime dos aiatolás.



"Somos capazes de verificar todas as atividades do programa de enriquecimento declaradas, mas não sobre supostos estudos vinculados com a dimensão militar", afirmou ElBaradei.



O diretor-geral da AIEA também citou as supostas atividades nucleares secretas da usina síria de Al-Kibar, destruída pela aviação israelense no ano passado.



"Estamos no meio das investigações. Estamos levando esse assunto muito a sério. Lamentamos não ter conseguido investigar antes do ataque", disse ElBaradei após um encontro com o ministro de Relações Exteriores tcheco, Karel Schwarzenberg.



O diretor-geral da AIEA não quis comentar as informações surgidas ontem sobre a possível descoberta de urânio nessas instalações militares, vazadas por fontes diplomáticas em Viena.



ElBaradei informará na próxima semana sobre o resultado das inspeções na central síria em junho.



Sobre o assunto, ElBaradei acrescentou que a AIEA está pedindo que a Síria trabalhe com a "máxima transparência".



A Síria afirma que o local atacado era uma instalação militar convencional sem importância.



Após meses de negociações entre AIEA e Damasco, o regime sírio finalmente cedeu à inspeção, mas só após ter limpado totalmente o local, segundo imagens de satélite. EFE

DRC: Recruitment of child soldiers rising

More children are being recruited by armed groups in the DRC since the latest violence began

KINSHASA, 11 November 2008 (IRIN) - As fighting continues in the east of the Democratic Republic of Congo (DRC), child recruitment by rebels in the combat zones has been reported, UN and human rights activists have said.

"Thirty-seven children were recruited [to reinforce rebel troops] in Rutshuru [north of Goma] two weeks ago," Jaya Murthy, spokesman for the UN Children's Fund (UNICEF), told IRIN.

Children separated from their families were more at risk, he said. The boys were forced to fight while the girls became "wives" to the soldiers.

"There has been an upsurge in the number of children being recruited since the latest violence began," Ishbel Matheson, spokeswoman for Save the Children, said. The NGO was taking care of several children who had escaped recently from the armed groups.

An estimated 3,000 children were being held by the armed groups before the recent violence broke out, she said, but numbers were expected to soar.

In the past year, the charity, which runs one of the largest programmes to reintegrate child soldiers into their communities in the DRC, had helped 2,200 children out of the armed groups and reunited most of them with their families.

School closures

Hundreds of schools were closed due to insecurity while children recruited numerous times had had their studies interrupted.

"UNICEF will build emergency classrooms and distribute school supplies when schools reopen," Murthy said.

"For these children it is a recurring nightmare," Matheson told IRIN. "Children who are forced into armed conflict suffer terrible physical and emotional damage. They are traumatised by being separated from their families and may witness executions, beatings and torture. Many young girls now have babies."

Attacks on schools by the armed groups were also common.

On 10 October, seven children and three teachers were abducted when they were ambushed outside their school in Masisi, northwest of Goma, capital of North Kivu. They were held for two days before they escaped. Two weeks later, an armed group attacked a secondary school in Shasha, 7km outside Sake near Lake Kivu. Twelve children es

"One child told me that they are scared to go back to school for fear of being attacked," Matheson said. "For these children, getting an education is their only hope for the future. If they can't go to school they lose that hope."

The NGO has been working with the affected children to reunite them with their families or place them in foster families. So far 250 unaccompanied children have been found since the latest fighting began.

Fighting resumed late August in North Kivu between forces from rebel group Congrès National pour la Défense du Peuple (CNDP), led by former general, Laurent Nkunda, and the regular Congolese army allied with patriotic militias.

Meanwhile, UNICEF is providing truckloads of clean water daily to Kibati and Mugunga, in addition to water purification posts and latrines to curb the risk of cholera spreading, Murthy said in a 11 November communiqué.

In the displacement areas, cases of measles continue to be reported. Previous measles vaccinations interrupted by the fighting would resume soon. "UNICEF will vaccinate up to 66,000 more children in the coming days/weeks," he said, adding that the spread could be exacerbated by the large population movement.

Three aid planes from the UK and USA left Goma on 11 November to distribute aid to thousands of displaced persons.

"Plastic sheets for shelter and blankets will help ward off respiratory infections," he said.

UNICEF is also planning to reinforce the dozens of feeding centres in North Kivu to curb malnutrition.

BAN TO DISCUSS EFFORTS TO TACKLE FINANCIAL AND CLIMATE CHANGE CRISES IN NEWS CONFERENCE

New York, Nov 11 2008 10:10AM

The latest efforts to address the global financial crisis and climate change are among the priorities Secretary-General Ban Ki-moon will be focusing on today at his monthly news conference, which takes place ahead of major meetings to be held in the coming days and weeks on both of these critical issues.

Mr. Ban will be travelling to Washington, D.C. later this week for the summit on financial markets and the world economy of the so-called Group of 20 (G-20) nations.

The G-20 meeting will be the first time that that group will meet at the level of heads of State, as well as the first time that the UN Secretary-General has been invited to attend.

Mr. Ban has warned of the negative impact of the financial crisis on the achievement of the Millennium Development Goals (MDGs) – the globally agreed targets to halve extreme poverty and other ills by 2015 – as well as on efforts to deal with climate change, which he has described as the “defining challenge of our era.”

Environmental leaders are set to meet in the Polish city of Poznan in December for the next set of UN climate change negotiations aimed at a successor pact to the Kyoto Protocol, whose first commitment period on greenhouse gas emissions reduction targets ends in 2012.

Also likely to feature in today’s briefing will be the Secretary-General’s recent travels, which took him to Nairobi for the UN-backed summit aimed at ending the crisis in the Democratic Republic of the Congo (DRC) on Friday, as well as to Sharm el Sheikh, Egypt, for the meeting of the Middle East diplomatic Quartet on Sunday.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

ZIMBABWE: Regional Leaders Decide Against Tsvangirai

Southern Africa's leaders have told Zimbabwe's two main parties to form a unity government and to share control of the ministry which supervises the country's police force, but Prime Minister-designate Morgan Tsvangirai has rejected their decision. Tsvangirai told a news conference at the end of a regional summit early on Monday that in view of the 'utter contempt' with which his Movement for Democratic Change (MDC) was treated by President Robert Mugabe's Zanu-PF, sharing control of the Home Affairs ministry 'cannot work.' He went on to accuse Southern African heads of state of not having 'the courage and the decency (to) look Mr Mugabe in the eyes and tell him that his position was wrong.' It had been agreed earlier in negotiations that Mugabe would retain the Defence ministry, which controls the army and air force. Zimbabwe's leaders have been deadlocked for two months over the composition of the power-sharing government agreed to during September. Regional leaders represented by the Southern African Development Community (SADC) called the extraordinary summit on Sunday in an attempt to resolve the deadlock and to discuss the crisis in the war-torn eastern Democratic Republic of the Congo.

COTE D'IVOIRE: Appeal for help to stop violence against women

DAKAR, 10 November 2008 (IRIN) - As Côte d'Ivoire focuses on restoring stability and holding presidential elections, women's organisations say stopping violence against women and girls must be an urgent priority.

They are appealing to the international community for help in the fight. "There is a lot of work to be done and it's urgent," Nicole Doué, vice-president of the Association for the Defence of Women's Rights, told IRIN. While violence against women has always existed, women advocates told IRIN, it worsened - particularly rape - during the conflict following the 2002 coup attempt that left the north under rebel control. "Women's bodies have been used throughout the crisis by all sides," Doué said.

Women's groups plan to launch a national campaign in November, including radio spots in local languages and a nationwide tour to talk to communities and provide support to victims. "We want to go around the country and show our sisters that they are not alone in this fight," Ladji Wangué Gueye Nicole, campaign coordinator, told IRIN from the commercial capital Abidjan. "This should help them speak up. We must expose those who assault women. But without funds we cannot do what is needed." In addition to a nationwide awareness campaign, women's advocates want to set up or rehabilitate help centres for victims, train local authorities and establish legal mechanisms for combating violence against women.

Heads of women's organisations met on 4 November with representatives of the UN mission in Côte d'Ivoire (UNOCI) and foreign embassies. "For now we don't have the funds, the human resources or the equipment we need," said Fanta Coulibaly, director of the fight against violence on women in the Ministry of Family, Women's and Social Affairs.

Simple things would go a long way, she said. "A simple microphone would help us." She said microphones or radios in marketplaces and bus stations would be ideal for reaching women, particularly those who are illiterate. Impunity Even if women know their rights and choose to exercise them, Coulibaly said, the lack of a functioning judicial system in much of the country is feeding impunity.

Twenty months after the signing of a peace deal that called for restoring government authority in the north, the administration is not yet functioning throughout the country. "The fact that the justice system is not effective throughout Côte d'Ivoire poses a serious problem in this fight," she said.

"Defence and security forces cannot take the place of magistrates." An October report by international and national human rights groups said until magistrates are deployed in the north, "no independent justice is available in the zone controlled by the Force Nouvelles [rebels]". The former buffer zone between the north and government-controlled south was for years overseen by international forces, but they have pulled out as part of the 2007 peace deal. Violent crime - including rape - is rampant in the area, and observers say law enforcement is weak and citizens are at the mercy of criminals.

Doué of the women's rights association said: "They lifted this buffer zone without planning how to ensure women's security. This is because of the absence of women in the peace process. From Lomé to Ouagadougou [reference to the numerous peace deals signed over the past five years] women have been shut out."

Oxfam exige mais da ONU e da União Européia

RDCongo: Oxfam exige mais de ONU

A União Europeia (UE) está faltando com suas responsabilidade na República Democrática do Congo (RDC).

É pelo menos esta a posição da ONG Oxfam França, que reteira o apelo a um reforço das tropas da ONU.

“Apenas ouvimos as más desculpas, de um país europeu após outro, para explicar porque razão não podem ajudar (...) A sua inacção tem consequências humanas directas, como testemunham milhares de pessoas, que fugiram do campo de Kibati', afirma a ONG em comunicado.

A Oxfam França defende ainda que 'os ministros europeus dos Negócios Estrangeiros que se reúnem em Bruxelas devem assumir compromissos claros e entender-se sobre o envio de tropas suplementares para reforçar as Nações Unidas no este do Congo”, afirmou
Representantes da ONG estimam que cerca de 5,4 milhões de pessoas já terão falecido nos últimos dez anos na sequência de confrontos no este do ex-Zaire e devido à fome e doenças, resultantes dos conflitos.

A ONG recorda ainda que os países europeus contribuem atualmente com cerca de 100 homens, entre os 17.000 da missão das Nações Unidas no Congo.

Notícias desse último mês

FOME - População pobre da Terra enfrenta grave crise de alimentosTrinta e quatro países necessitam de comida com urgência

Zurique - Neste preciso momento, 34 países do mundo, dos quais 21 na África, 11 na Ásia, um na Europa (Moldávia) e um na América Latina (Bolívia), têm a urgente necessidade de ajuda do exterior. Não para apoiar suas moedas, mas para evitar que suas populações morram de fome.

De acordo com dados divulgados nos últimos dias pela Organização das Nações Unidas (ONU), o aumento de preço dos grãos e do petróleo, apesar de sua recente e provavelmente provisória queda, é muito mais elevado que em 2007, e ainda traz, por analogia, resultados extremamente negativos a países assolados por grandes catástrofes naturais, guerras civis e que enfrentem condições de insegurança, o que provoca maciças migrações e imigrações de suas populações.

Os países pobres, que sobrevivem principalmente dos recursos que a exportação de minérios ou de matérias-primas agrícolas lhes rende, encontram dificuldades ainda maiores para financiarem a importação de alimentos nos períodos de desaceleração do crescimento da economia mundial, como o atual.

Assim, não é nada curioso que o tsunami de levantes violentos de populações famélicas assole o continente africano, do Egito até a Costa do Marfim, do Senegal a Burkina Fasso.

Se no mundo desenvolvido a alimentação absorve de 10% a 20% da renda familiar, nos países pobres, como os africanos, o percentual pode atingir até 90%. Os países africanos, em particular, dependem de suas transações comerciais com a União Européia, atualmente com produção industrial e gastos de consumo preocupantemente restringidos.

Os países da África são obrigados a derrubarem os preços de seus produtos e o veloz ritmo de crescimento que vários registravam já há cinco ou seis anos, entre 6% e 7%, é interrompido. E as previsões são de que não superará os 4% em 2009 caso enfrentem uma onda de estagflação.

Como a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) já havia anunciado, neste momento 923 milhões de seres humanos passam fome no planeta, 75 milhões a mais que no ano passado, isto por causa dos preços de produtos agrícolas e hidrocarbonetos, excessivamente caros.

Em agosto do ano passado, os preços internacionais dos produtos agrícolas subiram tanto que se tornaram a aplicação mais lucrativa e segura tanto para os investidores quanto para os especuladores.

No mês passado, os preços começaram a recuar do patamar recorde da última primavera, e o fato foi atribuído tanto às boas previsões sobre as novas safras quanto ao recuo do preço do petróleo.

A FAO previu recordes para a colheita de 2008-2009, com aumento de 2,8% na produção mundial, principalmente devido à expansão da cultura de trigo.

Laura Britt

Sucursal da União Européia.

Grãos: a jogatina dos preços

Zurique - Em setembro, o preço internacional do trigo recuou 7% em comparação com o mesmo mês de 2007, enquanto o do milho, apesar da considerável "correção" registrada, permaneceu 44% acima do valor de setembro do ano passado.

Em junho, FAO e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) haviam previsto que a curva de preço dos produtos agrícolas, embora já tenha passado do ponto mais alto, continuará se movendo em patamares elevados por pelo menos mais uma década.

Mas com a estenose que hoje caracteriza o mercado de crédito, haverá sérias dificuldades para financiar a compra de sementes e fertilizantes. Conforme destacam os próprios agricultores, as áreas de cultivo serão reduzidas e os preços começarão novamente uma evolução ascendente.
Hervet Guymard, economista do Instituto Nacional de Pesquisas Agrícolas da França, diz que "por melhor que venha a ser a colheita, estaremos expostos à ameaça de sucessivas crises de alimentos".

Neste momento, a crise de alimentos equivale a uma bomba-relógio sócio-política nos países do Terceiro Mundo (Eritréia, Somália, Sudão, Nigéria, Comoros, Botswana, Libéria, Burundi, Serra Leoa, Zimbabwe, Etiópia, Zâmbia, República Centro-Africana, Moçambique, Tanzânia, Guiné-Bissau, Madagascar, Malawi, Ruanda, Quênia, Tajiquistão, Camboja, Coréia do Norte, Haiti, Congo, Afeganistão, Iraque, Nepal, Bangladesh, Sri Lanka, Birmânia e Filipinas), onde sobrevivem 89% dos famélicos deste nosso mundo.


SUDESTE EUROPEU

Tormenta da crise financeira assola os Bálcãs

Refluxo dos capitais estrangeiros derruba moedas e agrava dívidas

Belgrado - Nuvens pesadas da crise financeira se formam sobre os países balcânicos, onde, ao que tudo indica, dificilmente será evitada a conhecida "mão de ajuda" do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Até recentemente, as conseqüências da crise na região estavam relativamente limitadas.
Contudo, a fuga de capitais estrangeiros dos mercados emergentes de alto risco, rumo às economias maduras, atingiu as moedas dos Bálcãs, agravou suas dívidas e afundou suas bolsas de valores em níveis prolongadamente reduzidos. A maioria dos governos teme que as conseqüências não tardem a atingir suas economias.

A Sérvia já recorreu ao FMI pedindo socorro. Oferecendo terra e água - que na Sérvia significa tudo -, o primeiro-ministro Mirko Cvetkovic declarou que "o FMI desempenhará um papel decisivo no planejamento do orçamento sérvio para 2009 - e destacou que - é importante não só reduzir os gastos públicos como também tranqüilizar os investidores estrangeiros".

O governo já formulou e anunciou medidas para a melhoria da confiança. Entre estas, o aumento do limite mínimo de garantia dos depósitos bancários, de 3.000 euros para 50.000 euros, a abolição da tributação sobre o desempenho do capital nos depósitos privados de poupança e a criação de um fundo especial para intervenções urgentes no setor bancário "caso seja necessário".

A Sérvia, que em virtude de freqüentes mudanças de governo não conseguiu se adequar às políticas econômicas preconizadas pelo FMI e entrar em acordo com esta instituição, registra déficit de 18,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em sua balança de contas correntes, e a dívida externa do país equivale a 60% do PIB.

A Croácia, que busca desesperadamente ingressar na União Européia (UE) até 2011, registra um déficit de 10% do PIB em sua balança de contas correntes, enquanto sua dívida externa atinge 90% do PIB. Tais números a tornam uma candidata muito provável a ajuda do FMI, porque o país necessita de 800 milhões de euros nos próximos cinco meses para atender ao serviço de seu endividamento externo.

A economia croata deve crescer abaixo de 4% neste ano - em 2007 subiu 5,6% -e o Banco Mundial (Bird) já advertiu o governo do presidente croata Ivo Sanader a reduzir seus gastos, que crescem incessantemente nos últimos sete anos.

Economistas avaliam que a Croácia, que dispõe de reservas cambiais elevadas em moeda forte, não será um dos primeiros países balcânicos a recorrer ao FMI.

A Turquia também está "conversando" com o FMI. Este país vizinho (não é um dos Bálcãs) já recebeu um pacote trienal de ajuda no valor de US$ 10 bilhões, que expira em maio do ano que vem.

O governo Erdogan está sendo pressionado pelas empresas turcas a buscar um novo empréstimo do FMI, porque a economia do país desacelera rapidamente seu ritmo de crescimento, enquanto sua moeda - a lira - já perdeu, apenas neste mês, 1/3 de seu valor contra o dólar.

Ao mesmo tempo, a capitalização da Bolsa de Valores de Istambul recuou à metade do que valia no início deste ano, e a fuga em massa de capitais, na busca por um refúgio seguro, continua.

Particularmente frágil, consideram alguns economistas e agências internacionais de avaliação de risco, é a situação da economia da Bulgária. A Standard & Poor"s reduziu a capacidade de endividamento do país na quinta-feira passada, e a razão é uma dependência excessiva do país ao endividamento externo, necessário para atender seu gigantesco déficit na balança de contas correntes e financiar sua dívida externa.

Embora advertida pelo FMI, a Romênia declarou que não precisa de ajuda, apesar do tombo de 74% em sua Bolsa de Valores desde o início deste ano e a desvalorização de 12% em sua moeda - o lev - nos últimos 12 meses.

O FMI criticou o governo romeno pesadamente, por ter aumentado os salários dos funcionários públicos na semana passada.

O primeiro-ministro romeno, Calin Tariceanu, prometeu não aumentar mais os salários dos funcionários públicos, os gastos públicos e os déficits em 2009. A Romênia realizará eleições no final deste mês e, como é natural, nenhum partido político se mostra disposto a acatar as ordens dos fariseus do Conselho Diretor do FMI.

Petros Panayotídis

Sucursal dos Bálcãs.

ORIENTE MÉDIO

Aberto o maior bazar do mundo

Processo de paz entre Israel e palestinos volta à mesa

Damasco - O Oriente Médio parece uma grande mesa de negociações colocada sobre a areia movediça da incerteza. Os grandes players já estão tomando seus lugares para o day after das eleições presidenciais norte-americanas, além das importantes disputas eleitorais que se realizarão no início do ano que vem em Israel e no Iraque.

Em Tel Aviv, a recém eleita líder do partido de centro Kadima, Tzipi Livni, fracassou em sua tentativa de formar um governo de coalizão e se prepara para uma queda-de-braço com o ex-primeiro-ministro de extrema-direita Binyamin Netanyahu, tendo como agenda o processo de paz com os palestinos.

Livni está na dianteira das pesquisas, com pequena diferença, e ainda "não abriu o jogo" sobre três problemas consideráveis, sobre os quais negocia secretamente com o líder palestino Ahmed Kureira: Jerusalém Oriental, a retirada israelense da Margem Ocidental do Rio Jordão e o retorno dos refugiados palestinos.

Netanyahu rejeita todos estes temas, e não aceita sequer discutir com os palestinos. Mas Livni, embora pareça estar conversando sobre tudo, não revela nada de específico, e os palestinos foram convidados ao Cairo pelo presidente egípcio, Hosni Mubarak, para dirimirem suas diferenças.

O Hamas não aceita negociar, enquanto a Fatah é pressionada por Washington e Tel Aviv a promover um acordo que nenhum palestino aceita.

Mas até as eleições para a nova Knesset (parlamento israelense), o primeiro-ministro - mesmo de transição - para os três próximos meses será Ehud Olmert, que foi obrigado a renunciar em setembro por causa de inúmeras denúncias de escândalos. Assim, o beco sem saída palestino ficará para Barack Obama.

Um grande bazar se abriu em Bagdá, onde norte-americanos e iraquianos, xiitas, sunitas, curdos, sírios e iranianos discutem todos os esquemas possíveis para o futuro da região.

O principal problema é o acordo de cooperação militar entre Iraque e EUA, que deverá ser votado pelo parlamento iraquiano até o final deste ano, quando expira a vigência da decisão da Organização das Nações Unidas (ONU)sobre a permanência de tropas estrangeiras em território iraquiano.

O projeto de acordo foi rejeitado pelo primeiro-ministro iraquiano Nouri al-Maliki, que exige alterações pressionado por seus aliados filo-iranianos xiitas, que embora concordem com a retirada das forças norte-americanas até o final de 2011, rejeitam a permanência de 50 bases militares norte-americanas no país.

Também é problemático o tema da extraterritorialidade, não só dos militares norte-americanos como também dos membros de empresas privadas de segurança, entre elas a Blackwater.

Se 31 de dezembro passar e não houver acordo, então a ONU deverá emitir nova decisão. A Rússia espera exatamente isto.

Tanto a Síria quanto o Irã temem, e com justa razão, que as 50 bases norte-americanas no Iraque possam ser utilizadas como pontos de partida para ataques em escala maior contra seus territórios, com o objetivo de desestabilizar seus respectivos regimes e destruir o programa nuclear do Irã.

Serbin Argyrovitz

Enviado especial.

ÁFRICA OCIDENTAL

Após fim do colonialismo, países se tornaram "emergentes"

Dicionário geopolítico dissimula mais do que revela

Abuja (Nigéria) - Como ficou claro na imprensa internacional, na semana passada, ainda não foi inventado algum sinônimo de melhor sonoridade para a expressão "escravo africano".

Então, foi com estas duas palavras mesmo que a notícia sobre a decisão do Tribunal da
Comunidade Econômica da África Ocidental (Ecowas) de dar ganho de causa para a ex-escrava Haditzatu Máni, de 24 anos, teve que ser transmitida.

Os juízes do tribunal julgaram o governo da Nigéria culpado por não ter adotado a legislação em vigor, que combate a escravidão. Anotem: a prática de escravidão foi abolida na Nigéria após sua independência da França, em 1960, mas foi proibida apenas 1999, e sujeita às penalidades previstas por lei em 2003!

Infelizmente, a decisão a favor de Máni, cuja causa finalmente teve final feliz graças à movimentação da organização Anti-Slavery Internacional, é apenas uma exceção que confirma a regra em vigor na África Ocidental.

Apenas aqui na Nigéria, calcula-se que existam pelos menos 43.000 escravos, homens e mulheres, ao mesmo tempo em que 2/3 da população do país vivem abaixo da linha de pobreza.
Já a expectativa de vida não ultrapassa os 45 anos.

Conforme denúncias de várias organizações humanitárias, a maioria dos casos de escravidão se refere a pessoas que já nasceram sob este regime, e na maioria das vezes sequer sabe que isso não é "fisiológico".

No caso específico, Máni foi vendida ao seu "dono" aos 12 anos, para ser explorada sexualmente.
E se perdesse a causa na Justiça, seus filhos - frutos de estupros - continuariam sendo considerados "propriedade privada".

Aqui na África Ocidental estão os cinco países mais pobres do planeta, e os corruptos governos locais - ditaduras disfarçadas - garantem às multinacionais do Ocidente os direitos de exploração das riquezas de seus subsolos, e não apenas.

Neste contexto, de acordo com recente pesquisa da organização Human Rights Watch sobre tráfico e comércio de menores, a prática não conhece fronteiras. O eixo da rede de traficantes e exploradores se estende do Benin e Togo até o Gabão e a África Central, e de Burkina Fasso e Mali até a Costa do Marfim.

Assim, com justa razão, a decisão do Tribunal de Ecowas foi considerada um marco, porque é automaticamente considerada jurisprudência que passou a vigorar nos 15 países-membros da Comunidade Econômica dos Países da África Ocidental (Ecowas).

O fato adquire importância ainda maior se alguém pensar que as organizações humanitárias que atuam no combate à escravidão em toda a África Ocidental são freqüentemente perseguidas pelas elites escravocratas, na maioria das vezes autoridades governamentais, que obviamente desejam manter tudo aquilo que herdaram ou conquistaram!

Na Mauritânia, por exemplo, os responsáveis pela organização humanitária SOS Esclaves foram detidos e encarcerados no passado porque as autoridades oficiais do país consideram a questão um tabu.

Aliás, se algum ex-escravo conseguir fugir, não é defendido por nenhuma lei do país, e continuará enfrentando o preconceito social. Tudo isso, não esqueçam, está acontecendo em pleno ano de 2008.

GLOBAL: Top UN official interviewed on global aid challenges

DUBAI, 10 November 2008 (IRIN) - John Holmes, UN under-secretary-general for humanitarian affairs and emergency relief coordinator, has been in Dubai attending the inaugural Summit on the Global Agenda held by the Geneva-based World Economic Forum (WEF) in partnership with the government of Dubai (7-9 November).

Billed as a gathering of the world's 700 most innovative and relevant minds - leaders from academia, business, government and civil society from around the world - its aim was to collaboratively address some of the key issues on the global agenda. While in Dubai, Holmes talked with IRIN.

IRIN: How useful are gatherings such as the WEF? Many see them as jamborees and at best as talking shops since they lack the mechanisms for implementing any decisions reached.

John Holmes (JH): Of course they are talking shops but this particular one, which is a sort of global brainstorming, is the start of a process rather than an end in itself. The idea is you take what you can learn from these discussions back into your own organisation, back into your own field and try and make some of the linkages which exist. One of the things we were talking about quite a lot was the way in which different experts exist in their silos without really making any contact with people in the other silos -even though the cross-cutting issues are very clear. We saw some evidence of that just in the humanitarian side, for example. Discussing with those dealing with migration, we found they weren’t even talking about the humanitarian consequences of climate change which include, we fear, much bigger scale migration. So we were able to plug them into that and say: `what we would like from you is some better statistics about what might happen.’ So I think there are some useful linkages which can turn into real things as well as just talking shop.

Preparedness and empowerment

IRIN: You are on the WEF Council on Humanitarian Assistance. What specific ideas have you brought to the council in terms of climate change and food insecurity?

JH: What we were discussing was the need to do two things which aren’t exactly new ideas but we were trying to formulate them in a reasonably coherent way. One is to spend a lot more time and effort on what you might call the upstream side - the prevention, the disaster risk reduction, the preparedness side so that there is more effort and more resources and more thought going into that, rather than concentrating too much on the response side after the event - which is necessary because you need to help people when they’re in their moment of need but it is not a very good investment because you can’t solve any problems that way. And the second related thought is to try to empower national governments, local communities, maybe regional organisations - to make them have more capacity, be more empowered, so that the international community doesn’t need to intervene so much and can reserve itself for cases of really major need. So those two things go together if we can get that combination right. It is what we try to describe as a new business model for humanitarian assistance. These thoughts have been had before but we are trying to encapsulate them in a new way.

IRIN: But what has hindered this development? Kofi Annan when he was UN secretary-general talked about the need for humanitarians to move from a culture of response to a culture of prevention. This has not happened yet.

JH: I think it is something to do with human nature. In our personal lives we know that prevention is better than cure, prevention health is better than response afterwards, but we don’t actually behave in ways which correspond to that. I think similarly governments and international institutions know in theory that it’s much better to invest more and do more on the prevention side but they don’t actually do it. You have to convince finance ministers, you have to convince presidents and prime ministers that they need to invest in something the results of which will only be seen in 10 or 15 years when they may no longer be in power. That is quite a tricky thing to do. So you’ve got to have your arguments marshalled. You have got to be able to prove to them - as we hope to be able to do in the new study which is under way - that this is actually a really good investment because there are going to be more and more disasters from climate change and hence the importance of the disaster risk reduction agenda because of the link to climate change. I think climate change was the other big theme of this discussion. As someone put it in the end: `It’s the climate, stupid!’ It is not the financial crisis or the economic crisis which is really fundamental, it is the climate. Impact of global financial crisis

IRIN: How far has the global financial turmoil affected overall humanitarian aid?

JH: So far it is not affecting it but you wouldn’t expect that - the crisis has really only just started. The consequences would be felt - if they are felt - in government budgets, in aid budgets perhaps next year, perhaps more in 2010 because it may take time to filter through. But we don’t know that; that is only a fear. What we are trying to do is to give out a strong message that whatever the pressures may be, whatever the pressures in terms of bailouts or economic slowdown - and therefore the need to spend more on unemployment benefits or whatever it might be - please do not cut these development and humanitarian budgets.

Bilateral versus multilateral aid

IRIN: In your discussions with leaders of the Gulf countries, for example, how responsive have you found them to be on issues of humanitarian concern as they live in very safe and secure environments?

JH: I haven’t been talking to them on this particular trip because I have been engaged in these WEF discussions but we do talk quite a lot to them. I think what you see here is generous humanitarian impulses and a desire to help in particular areas, but those impulses and the resources that come from them are not then channelled through what we regard as the best channels, which are multilateral channels. There is a long entrenched tradition here of giving aid bilaterally. I have no problems with that. But we are trying to encourage the countries of this region in particular (a) to channel more funds into humanitarian causes but (b) to channel more of what they do give through the multilateral channels because we believe that is the most effective way of doing it and also where they will get more credit for what they do do.

Climate change, food

IRIN: What are the main humanitarian challenges the world is facing?

JH: I think the long-running conflicts take an enormous amount of time, resources and effort and they will remain challenges. They may not get any bigger as drivers of humanitarian problems but they are there. The biggest problem for the future is probably climate change because it is going to produce more and bigger disasters and that’s going to be an accelerating trend for the next 20, 30, 40, 50 years. Whatever they do about reducing greenhouse gas emissions isn’t going to change the reality of climate change for a very long time so those extra disasters, the extra droughts, the sea-level rise, the problems which could be gigantic of glacial melt in the Himalayas - those could produce humanitarian disasters of a scale we have never seen at least in recent years. The Tsunami may pale into insignificance. And then there is the food crisis which has not gone away at all, particularly in developing countries. So there is a need to increase the amount of food and nutritious assistance we can give to the most vulnerable groups, but also a massive need to increase investment in developing countries in small-holder agriculture because otherwise we are not going to tackle that problem successfully.

Disaster fatigue?

IRIN: Do you think there is a general public fatigue in the West to humanitarian crises as depicted on TV screens?

JH: Perhaps, perhaps but we are aided, if you like, by the fact that the news media like bad news and disasters so they do tend to cover it. Maybe you can see that there is a desire maybe for new images. One of the striking things this year is that we have had yet again quite serious drought in parts of Ethiopia which is not being covered by the media in the same way that it was covered 10 or 20 years ago. Partly that is because our response to that drought has become better so people are not dying in the same way. It’s not a famine in the way it was in the 1980s and 1990s which gave rise to Live Aid and all those things. But I think there is partly a sort of fatigue there which we need to be careful of. Luckily there isn’t a donor fatigue at the moment at least. I think we will see what happens with the financial and economic crisis but donors have been relatively generous in recent years in contributing to humanitarian causes even though we rely on a very small number of them.

Um milhão podem morrer de fome no Zimbábue, diz oposição

O líder da oposição do Zimbábue, Morgan Tsvangirai, teria afirmado que pelo menos um milhão de pessoas podem morrer de fome em um ano se o impasse político continuar no país.

O líder do MDC (Movimento para a Mudança Democrática, na sigla em inglês), teria feito o alerta durante uma reunião de emergência de líderes africanos em Johanesburgo, África do Sul.

Oito semanas depois de ter fechado um acordo de divisão de poder com o presidente Robert Mugabe, os dois lados ainda não chegaram a um outro acordo para a formação de um gabinete de governo.

Um dos pontos importantes no qual o MDC e o governo zimbabuano não conseguem concordar é o Ministério do Interior, que é responsável pela polícia.

Enquanto isso o Zimbábue enfrenta uma grave escassez de alimentos e inflação galopante, mas nenhum dos dois lados abre mão de suas posições.

Liderança política

O novo presidente da África do Sul, Kgalema Motlanthe, que está presidindo a reunião da Comunidade de Desenvolvimento do Sul da África, pediu que os dois lados implementem o acordo fechado depois das eleições no Zimbábue.

"A liderança política do Zimbábue deve isto ao povo do Zimbábue, para mostrar maturidade política, colocando o interesse do povo zimbabuano em primeiro lugar", afirmou.

O correspondente da BBC no encontro Peter Biles afirmou que existem poucas razões para otimismo no Zimbábue e que apenas cinco chefes de estado estão participando da reunião, entre os 15 convidados. Os outros enviaram apenas representantes.

Uma autoridade do governo do Zimbábue disse à agência de notícias AFP que se Tsvangirai e seu partido "continuarem a fazer exigências escandalosas", o partido Zanu-PF, do governo, vai fazer as coisas do seu jeito. "Não nos importamos com o que o mundo vai falar".

Um porta-voz da oposição afirmou que, a não ser que ocorra uma "grande mudança" na posição do partido do governo, o MDC não vai aceitar o acordo.

"Precisamos fechar este capítulo para que o Zimbábue possa ser reconstruído, possa recomeçar e se reabilitar, e progredir", disse o secretário-geral do partido de oposição, Tendai Biti.
Congo

A reunião deste domingo ocorre depois de uma reunião menor no final de outubro, que também foi concluída sem sucesso. E também está sendo discutida a situação na República Democrática do Congo.

Os países reunidos afirmaram que poderão enviar tropas de paz ao Congo se for necessário.

Em meio a informações de novos confrontos no Congo, os líderes presentes na reunião de Johanesburgo pediram que os rebeldes liderados pelo general Laurent Nkunda e as forças do governo obedeçam ao frágil cessar-fogo.

"Acreditamos que não exista uma solução militar para o problema", afirmou o presidente da África do Sul.

A ONU informou sobre novos confrontos no domingo, nos arredores de Ngungu, a oeste da capital regional Goma.

Mais de 250 mil pessoas abandonaram suas casas no leste do país desde o início dos confrontos em agosto.

Uma organização de ajuda disse à BBC que está lutando para tentar controlar um surto de cólera em um campo de refugiados perto de Goma.

A organização Médicos sem Fronteiras afirmou que tratou de 45 casos suspeitos da doença em Kibati desde sexta-feira.