Jornal do Brasil
NOVA YORK - O subsecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para Operações de Paz, o francês Alain Le Roy, pediu o envio de mais 3 mil soldados à República Democrática do Congo visando defender os civis no leste do país onde combates já desalojaram cerca de 250 mil pessoas. As operações de paz na região já envolvem a maior força
da ONU no mundo cobrindo uma área do tamanho da Europa Ocidental,
Na quarta, o governo angolano afirmou que pretende enviar tropas ao país em conflito, depois que recebeu informações de que soldados congoleses estariam violentando mulheres, pilhando aldeias e saqueando casas nas regiões devastadas pela guerra.
Segundo Georges Chicoty, vice-ministro do Exterior da Angola, suas forças seriam supervisionadas pela União Européia e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
A força da ONU tem mandato para trabalhar com o Exército regular que representa o governo eleito na capital, Kinshasa. As forças da SADC também deverão juntar-se ao governo.
– A SADC já tem um mecanismo de alerta que pode ser chamado – garantiu Chikiti.
A última vez que tropas angolanas lutaram no Congo foi entre 1998 e 2003, durante um conflito que deixou entre 3 e 4 milhões de mortos e também ocasionou a participação de forças da Ruanda, Uganda, Namíbia e Zimbábue.
Oficiais da ONU acreditam que a perspectiva de um cessar-fogo entre o governo e os rebeldes esteja cada vez mais remota diante da violência dos últimos dias.
Origem
Os primeiros confrontos eclodiram no leste do Congo no final de agosto entre as forças governamentais e os rebeldes liderados pelo general Laurent Nkunda. Os combates decorreram de tensões remanescentes desde o massacre étnico de tsutsis pela maioria hutus em 1994, na Ruanda. Nkunda garante que seus soldados lutam para defender os tutsis congoleses contra militantes Hutus que fugiram para o Congo. Os confrontos exacerbaram condições humanitárias, já consideradas difíceis e precárias.
A mais recente onda de violência começou com um avanço de rebeldes do sul em direção a Goma, agora cercada por acampamentos de refugiados.
O porta-voz da ONU no Congo, Jean Paul Dietrich, disse que as Forças Armadas do país são fracas, o que dá força ao ex-general rebelde Laurent Nkunda.
– Os soldados são mal pagos e não recebem comida suficiente – disse, alegando que 'por isso há dificuldades em convencê-los a combater'.
O militar disse, ainda, que os soldados estão estacionados com suas respectivas famílias, portanto, quando há rumores de ataques, procuram primeiro salvar suas famílias, levando-as para regiões mais seguras.
Na terça-feira à noite, houve tiros entre as Forças congolesas e homens de Nkunda, num confronto que durou cerca de 40 minutos.
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Há 6 anos
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