terça-feira, 11 de novembro de 2008

Angola desmente presença de tropas em Goma

Kinshasa, RD Congo (PANA) - O embaixador de Angola na RD Congo, Mawete João Baptista, desmentiu segunda-feira alegações sobre a presença de soldados do seu país ao lado das Forças Armadas da RD Congo (FARDC) em Goma, na província do Kivu-Norte.

Falando à imprensa em Kinshasa, Mawete reconheceu, no entanto, que Angola forma há muito tempo militares e polícias congoleses.

"Neste momento, não há nenhum soldado, nenhum oficial angolano na região do Kivu. Tudo o que se diz são apenas especulações", sublinhou o diplamata angolano, que agradeceu "aos que fazem a propaganda para seu país".

"Sempre formámos homens congoleses, mulheres congolesas, segundo o espírito dos nossos acordos a nível das Forças Armadas e da Polícia. E se estas pessoas, em Angola, aprenderam uma língua, uma segunda ou terceira língua é positivo para o Congo", comentou.

Entretanto, a União Europeia, que se exprimiu preocupada com a degradação da situação militar na RD Congo, sobretudo no Kivu-Norte, e as suas consequências na população e região, descartou o envio de tropas no terreno.

Os ministros europeus dos Negócios Estrangeiros, reunidos segunda- feira em Bruxelas, condenaram igualmente os atentados aos direitos humanos que acompanham os confrontos, insistindo na urgência duma "solução política" que permita continuar os esforços diplomáticos para consolidar o cessar-fogo e diminuir as tensões.

"Os países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) deveriam usar da sua influência sobre o Governo congolês para poder encontrar uma solução negociada, em vez de recorrer à solução militar para resolver a crise no Kivu-Norte", declarou segunda-feira à rádio Okapi da ONU o porta-voz do movimento rebelde Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP), Bertrand Bisimwa.

O CNDP de Laurent Nkundabatware manifestou-se preocupado com a opção militar proposta pela SADC para a resolução da crise no leste da República Democrática do Congo.

"Esta entrada da SADC no solo congolês, sobretudo militar, preocupa- nos e interrogamos-nos qual será a reacção dos outros beligerantes que estavam opostos a eles na época", declarou Bertrand Bisimwa.

"Pensamos que os Congoleses não necessitam duma solução militar. Os países da SADC deveriam usar da sua influência sobre o Governo da RDC para poder privilegiar uma solução política e pacífica da crise", defendeu o porta-voz do CNDP.

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