quinta-feira, 13 de novembro de 2008

ONU pede reforço de mais 3 mil soldados no Congo

Jornal do Brasil


NOVA YORK - O subsecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para Operações de Paz, o francês Alain Le Roy, pediu o envio de mais 3 mil soldados à República Democrática do Congo visando defender os civis no leste do país onde combates já desalojaram cerca de 250 mil pessoas. As operações de paz na região já envolvem a maior força

da ONU no mundo cobrindo uma área do tamanho da Europa Ocidental,

Na quarta, o governo angolano afirmou que pretende enviar tropas ao país em conflito, depois que recebeu informações de que soldados congoleses estariam violentando mulheres, pilhando aldeias e saqueando casas nas regiões devastadas pela guerra.

Segundo Georges Chicoty, vice-ministro do Exterior da Angola, suas forças seriam supervisionadas pela União Européia e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

A força da ONU tem mandato para trabalhar com o Exército regular que representa o governo eleito na capital, Kinshasa. As forças da SADC também deverão juntar-se ao governo.

– A SADC já tem um mecanismo de alerta que pode ser chamado – garantiu Chikiti.

A última vez que tropas angolanas lutaram no Congo foi entre 1998 e 2003, durante um conflito que deixou entre 3 e 4 milhões de mortos e também ocasionou a participação de forças da Ruanda, Uganda, Namíbia e Zimbábue.

Oficiais da ONU acreditam que a perspectiva de um cessar-fogo entre o governo e os rebeldes esteja cada vez mais remota diante da violência dos últimos dias.

Origem

Os primeiros confrontos eclodiram no leste do Congo no final de agosto entre as forças governamentais e os rebeldes liderados pelo general Laurent Nkunda. Os combates decorreram de tensões remanescentes desde o massacre étnico de tsutsis pela maioria hutus em 1994, na Ruanda. Nkunda garante que seus soldados lutam para defender os tutsis congoleses contra militantes Hutus que fugiram para o Congo. Os confrontos exacerbaram condições humanitárias, já consideradas difíceis e precárias.

A mais recente onda de violência começou com um avanço de rebeldes do sul em direção a Goma, agora cercada por acampamentos de refugiados.

O porta-voz da ONU no Congo, Jean Paul Dietrich, disse que as Forças Armadas do país são fracas, o que dá força ao ex-general rebelde Laurent Nkunda.

– Os soldados são mal pagos e não recebem comida suficiente – disse, alegando que 'por isso há dificuldades em convencê-los a combater'.

O militar disse, ainda, que os soldados estão estacionados com suas respectivas famílias, portanto, quando há rumores de ataques, procuram primeiro salvar suas famílias, levando-as para regiões mais seguras.

Na terça-feira à noite, houve tiros entre as Forças congolesas e homens de Nkunda, num confronto que durou cerca de 40 minutos.

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